Page 36 - Véu do Passado | Candeia.com
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– O senhor se lembra da história do Barão que viveu nestas
terras? Ele era rico, dizia ser de raça pura, sangue disso e da-
quilo, e foi tão mau, tão ruim.
— É verdade. Kim, você me promete não contar a ninguém
o que viu?
— Prometo!
— Amanhã vou passear na cidade. Quer ir comigo? Pedirei
ao seu pai.
— Quero! Até logo, vovô. Agora vou ensinar Regina.
Saiu correndo, Xandinho ficou preocupado, mas voltou
ao trabalho. Pensou:
“Vou pedir ajuda ao frei Manoel, é o único que conheço
que tem mais instrução. Tenho de ajudar esses meus dois
netos”.
Kim foi brincar um pouco com Isabela, depois foi para
perto de Regina, que já o esperava.
— Irei hoje ensiná-la a contar até cem. Trouxe as pedri-
nhas que faltavam – disse Kim.
— Há bem mais números do que cem, não há? – indagou a
menina, querendo aprender.
— Se há! Tem tantos números que não acabam, são infi-
nitos, porque sempre se pode colocar mais um e aumentar a
contagem. Haja pedras!
— Ora, é só imaginá-las.
— É mesmo! – suspirou Kim. – Estas cem nos bastam. Você
é inteligente! Pegue-as! Vou ensinar as formas. Esta é redon-
da, é igual ao zero, a letra “o”; e a letra “a” é só pôr um rabinho.
— Que é rabinho? Eu tenho?
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