Page 40 - Véu do Passado | Candeia.com
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— Ocorreu em um lugar um tanto deserto? – O frei conti-
nuou indagando.
— Foi!
— Ele deve ter escutado de alguém.
— Impossível… – afirmou Xandinho, convicto.
— Bem, talvez ele tenha feito uma psicometria. Leu no
plano astral de um objeto ou no lugar em que se passou. En-
tendeu, Xandinho?
— Não – respondeu Xandinho aborrecido.
— Não tem importância, o assunto é mesmo complicado
e nem eu entendo direito. Parece que existem pessoas que
estudam isso. Dizem que tudo o que acontece fica gravado,
e há pessoas que podem ler.
— E é normal pessoas fazerem isso? – perguntou Xandinho,
curioso.
— Não – respondeu o frei, sério.
— Então, meu neto não é normal. Esse é assunto muito
complicado. Não quero vê-lo morto como os profetas.
— Os tempos são outros, embora dizer a verdade nem sem-
pre agrade a todos. Kim não é anormal, ele só deve ter algo
que não é comum. Aconselhe-o, como também a Regina, a
não falarem o que veem.
— Aconselho-os a mentir? – perguntou Xandinho.
— A mentir não, a não dizerem o que veem.
— Você, frei Manoel, não está me ajudando muito. O me-
nino já levou surras por isso. E Regina, além de cega, sofre
por ver coisas. Talvez o João, aquele que é espírita e diz que
existe lá uma tal de reencarnação, que vivemos muitas vezes
em corpos diferentes, tenha uma certa razão.
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