Page 33 - Véu do Passado | Candeia.com
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Os dois se queriam muito bem. Kim a pegou, beijou e soprou
o dedo machucado.
— Coitadinha! – exclamou Kim carinhoso. – Isabela, onde
está o vovô?
— Lá no quintal.
— Kim! Você não vem me cumprimentar?
Regina estava na porta. Kim colocou a pequerrucha no
chão e foi até a outra prima.
— Oi, Ceguinha! Como vai, Regina?
— Bem, e você?
Kim não respondeu, não estava nada bem, não quis preo-
cupar a prima, também gostava muito dela. E sempre que
podia a ensinava. Ela queria muito aprender, ir à escola, mas
não podia; para não a deixar triste, o que aprendia tentava
passar para ela.
— Vou ensinar você a contar até cem hoje. Volto logo, vou
conversar com vovô.
Isabela olhava Kim maravilhada. Para ela, o primo era
tudo; acompanhou-o com os olhos e Kim foi para o quintal,
chamado pelo avô.
— Aqui, menino! Pare de gritar!
— Vovô – foi logo falando –, vi algo impressionante. Não
sei o que fazer!
— Você de novo!
Suspirou. “Ora”, pensou Xandinho, “por que tenho dois
netos tão diferentes? Tão esquisitos?” Parou com o trabalho,
abriu os braços amorosamente e o menino refugiou-se neles.
— Vovô…
O avô era o único amigo em quem podia confiar. Regina
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