Page 56 - A História de Cada Um | Candeia.com
P. 56
— Mamãe, estou bem. Devo chegar à noite. Paramos numa
rodoviária. Fique tranquila, a viagem está sendo muito boa.
Amo-a! Beijos!
Bruno sentiu a mãe contente.
— Também amamos você. Estamos bem, e continue se
cuidando.
Novamente no ônibus, desceram oito passageiros e não
entrou ninguém. Bruno viu Maria das Graças com os filhos
conversarem com Celina, depois Maria das Graças se levan-
tou e disse:
— Conversei com meu marido por telefone. Nós dois sem-
pre quisemos ter muitos filhos e não pudemos tê-los. Mas
temos dois que são anjos para nós. Quando fiquei doente, e
a doença se agravou, meu marido fez uma promessa: se eu
54 sarasse, adotaríamos uma criança. Propus a Celina nos dar o
nenê. Ela aceitou. – Virou para as duas crianças e afirmou: –
Sou a mãe do nenê, agora ele ficará comigo. Sua mãe, Celina,
trabalhava para mim e o bebezinho estava acostumado com
ela. Agora ficará comigo.
Maria das Graças continuou de pé e olhou para a jovem
mãe, que confirmou:
— Aceitei a solução – lamentou –. Penso que é o melhor
que tenho a fazer.
— E se você for novamente espancada? – quis saber uma
moça.
— Penso que tudo que eu passei me fez modificar. Meu
esposo é honesto. Não o traí, porém era leviana, flertava com
alguns homens, não trabalhava, deixava o serviço de casa sem
fazer, ficava muito nas ruas. Nada justifica a violência, mas
agora farei minha parte, quero ser uma boa esposa. Penso