Page 59 - A História de Cada Um | Candeia.com
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cinco horas, nova parada e desceram mais alguns. Bruno fi-
cou sozinho no banco. Rosa Maria foi se sentar ao seu lado.
— Posso me sentar aqui? A pessoa que se sentou ao meu
lado está cheirando a bebida e cigarro. Importa-se?
— Claro que não, é um prazer.
— Como escutamos histórias…
— Foi a senhora quem começou – Bruno sorriu.
— Sempre que posso, principalmente em viagens longas,
faço isso, e o resultado são problemas resolvidos.
— Tem razão, concordo, falar para desconhecidos é mais
fácil e temos sempre quem dá bons conselhos. Ainda bem que
foram solucionados alguns.
— Tomara que Celina, que foi leviana e recebeu uma lição,
fique acomodada e respeite o esposo. Mas será que ela esque-
cerá o filhinho? Doou com facilidade. 57
— Espero que ela não se arrependa de ter doado, porque
seus novos pais e irmãos não o devolverão com facilidade –
opinou Bruno.
— Penso também assim. Ela e nós não ficamos sabendo
onde eles moram – Rosa Maria suspirou.
Nova parada, pessoas desceram, outros entraram. Ficaram
calados, e Bruno dormiu. O ônibus entrou numa cidade de
porte médio e se dirigia à rodoviária. Rosa Maria iria desem-
barcar ali e, antes de descer, lhe deu uma preciosa lição:
— Bruno, se todos nós tivéssemos consciência da força que
temos e se fizéssemos uso dessa força, seríamos capazes de
fazer o que quiséssemos, e podemos desenvolver essa força
porque ela é um dom da capacidade humana. Por isso, meni-
no, faça bem feito o que tem de fazer.
— Parece que conheço essa citação. A senhora é espírita?