Page 58 - A História de Cada Um | Candeia.com
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com os outros, foi para o restaurante. A parada seria de mais
tempo para o almoço. A senhora e os dois filhos, agora três,
despediram-se dos passageiros que encontraram. Bruno não
os viu mais.
O motorista seria novamente trocado, o que deixaria o tra-
balho conversava com o outro, Bruno se aproximou e escutou:
— Desceram seis passageiros e vão entrar doze. Porém terá
três lugares vagos. Uma senhora com dois filhos e um nenê
desceram antes. Eles compraram as passagens para descer às
dezesseis horas.
“Maria das Graças deve ter sentido receio de Celina se ar-
repender. Como não falou o nome da cidade em que resi-
de, para todos, será esta em que desembarcaram. Talvez eles
tenham se afastado da rodoviária para voltar e pegar outro
56 ônibus ou o pai vir buscá-los.”
— Motorista, em todas as viagens se conversa assim, mui-
to? – Bruno, curioso, quis saber.
— Normalmente não presto atenção nas conversas dos
passageiros. Fico atento mesmo é à estrada, que está esbu-
racada e, em muitos lugares, sem acostamento. Às vezes eles
conversam; em outras viagens, não. Agora, depois do almoço,
normalmente ficam calados e dormem.
Um grupo de passageiros ficou perto do ônibus conver-
sando, todos gostaram do desfecho do ex-presidiário como
também da adoção do nenê. Entraram no ônibus, uma se-
nhora sentou-se perto de Bruno. Cumprimentaram-se. Ele
acomodou-se e dormiu até chegarem a uma outra rodoviária.
Ali desceram muitos passageiros e junto deles a mãe com as
duas crianças. Entraram outros. Bruno estava cansado. Às