Page 42 - A História de Cada Um | Candeia.com
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— Uma vizinha de minha filha, com certeza sua amiga, ti-
rou uma foto dela e escreveu nos informando que Lurdinha
apanhava muito do marido. Na foto, minha filha estava com
muitos hematomas no rosto, sem os dois dentes da frente,
desmazelada, nem parecia minha menina. Que tristeza! Essa
vizinha também escreveu que o marido de minha filha tra-
balhava numa outra cidade entre os dias vinte e trinta, todos
os meses. Recebemos a carta no dia dezoito. Arrumei tudo e
vim, chegarei lá no dia vinte e dois. Meus planos são pegá-la
com os netos e voltar. Vou ficar na próxima parada, terei de
pegar um outro ônibus. Meus outros filhos ajudaram me dan-
do dinheiro, compramos as passagens de volta, quatro, sem
data marcada. Planejei pegar um táxi, pegá-los e trazê-los à
rodoviária em que vou descer. Que Deus e Nossa Senhora
40 Aparecida nos ajudem!
Perguntas vieram:
— E se esse homem não tiver ido trabalhar?
— Penso em conversar com ele, convencê-lo, direi que é
somente um passeio, uma visita. Porém, trouxe um revólver,
sei atirar bem.
Muitas exclamações:
— Não faça isso! É crime! Você pode ser preso!
— E se sua filha não quiser vir com você?
— Pensamos nisso também. Estou levando um forte seda-
tivo; darei a ela, que somente acordará no ônibus.
Todos desejaram êxito. Geraldino voltou a se sentar.
“Meu Deus! Ajude-o para que tudo dê certo!”, rogou Bruno.
— Vai dar – Romoaldo tranquilizou seu protegido, falando
de espírito para espírito, comunicação que costumavam fazer
–. Geraldino e a esposa são boas pessoas. Um bom Espírito os está