Page 40 - A História de Cada Um | Candeia.com
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pai. Talvez eu até venha a ser. Mas o que eu os fiz perder, isso
não volta.
Esequiel chorou, todos se comoveram, ele recebeu incen-
tivos:
— Você consegue!
— Confie em Deus!
— Vícios se vencem lutando!
Bruno viu perto dele o Espírito de uma mulher que ele
entendeu que era uma desencarnada boa, a mãe dele.
“Com certeza, esse Espírito, mãe sempre se preocupa com
os filhos, teve permissão para ajudá-lo. Tomara que consiga!”,
desejou Bruno.
Esequiel voltou para seu lugar. O motorista informou:
— Vou apagar as luzes. Acomodem-se e tentem dormir.
38 Bruno orou e tentou dormir. Estava difícil, escutou roncos,
as crianças choraram, principalmente o nenê. Teve somente
cochilos.
Às quatro horas e cinquenta minutos, o ônibus parou num
posto. O motorista acendeu as luzes.
— Passageiros amigos! Vamos fazer uma parada aqui neste
horário porque, por muitos quilômetros, não teremos onde
parar. Nossa próxima parada será perto das nove horas e
numa rodoviária. O bar restaurante está aberto neste posto.
Todos desceram. As crianças estavam dormindo, e o me-
norzinho, no colo da Marilda, a filha da senhora que se curara.
— Vou descer e deixar as crianças dormindo, volto logo
para pegá-las – decidiu Celina.
— Eu fico aqui com elas – ofereceu-se Marilda.
Foram aos sanitários, tomaram café. Bruno ficou andando
em frente ao ônibus. Viu Celina voltar, pegar os dois maiores.