Page 27 - Véu do Passado | Candeia.com
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é que atraímos as dificuldades e deficiências. E que muitas
           religiões, principalmente as orientais, de outros países muito
           distantes daqui, acreditam nesse fato.
             — Esse senhor João me parece certo. Ao ouvi-lo falar, me
           pareceu que isso é verdade. Faz sentido! Quero crer nisso, é
           mais humano. Se isso aí, a reencarnação, existir mesmo, en-
           tão não estou louca e nem imagino. Errei no passado e Deus
           bondoso não me mandou para o inferno. Deve existir uma
           causa justa para eu ter nascido cega. Vovô, converse mais
           com esse senhor, preste atenção e depois me fale tudo. Tam-
           bém não vou desconfiar mais do papai. Ele é bondoso!
             — Seu pai é mesmo bondoso e muito honesto. Talvez sua
           desconfiança fosse porque você lhe fez mal no passado e te-
           mia que ele revidasse. Mas Afonso superou isto. Vamos en-
           trar, o jantar está pronto.
             — Está parecendo que chorei? – Regina indagou.
             — Não.
             — Meus olhos são mortos, mas choram…
              Entraram e o jantar foi servido. Regina alimentou-se quie-
           ta, o pai se preocupou, porque ela estava sempre sorrindo e
           conversando. Ele indagou:
             — Alimentou-se direito, Regina?
             — Sim, paizinho. Comi tudo. – Num impulso, levantou-se,
           aproximou-se dele e o beijou. – Amo o senhor!
              Afastou-se e Afonso, que nunca recebera um agrado da
           filha, a olhou emocionado, com lágrimas nos olhos.




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