Page 50 - Construtores de Asas | Candeia.com
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Crianças e jovens não são máquinas de repetição, que
atenderão prontamente a tudo o que deles for exigido. To-
dos temos necessidades emocionais que nos diferenciam
uns dos outros.
Dois filhos dos mesmos pais apresentam realidades
cognitivas muitas vezes antagônicas e desafiadoras, ou
seja, a capacidade de compreender a vida pode ser bem
diferente para um e para outro, que, por sua vez, pode ser
muito diversa da compreensão dos seus educadores. Existe
uma solução mágica para lidar com esse desafio?
É claro que não! Eu diria que educar se aprende educan-
do e não repetindo modelos carregados de autoritarismo
e verdades absolutas.
O mais importante é sempre nos indagarmos se não
estamos vivendo e passando para os nossos educandos os
equívocos vindos de uma educação castradora.
A criança não traz em seu psiquismo vetores que pos-
sam lhe servir de parâmetro para a tomada de qualquer
decisão, pois esses vetores serão construídos consoante o
seu desenvolvimento e a educação recebida desde o berço.
A princípio, ela busca apenas a satisfação das suas neces-
sidades básicas, na nutrição do corpo e na nutrição afeti-
va, em geral ofertadas pela mãe. É a partir da sua relação
com o mundo exterior que seus vetores psicológicos vão
se desenvolvendo e, assim, sua subjetividade vai sendo
constituída.
A permissividade excessiva gera dependência, e, por
não saber expressar seus sentimentos, a criança grita e
chora para ter suas necessidades atendidas.