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O fato de os adultos terem asfixiado os adolescentes
que eles mesmos foram os impede de enxergar nos filhos
as dores emocionais que também viveram. É como se exis-
tissem lacunas no psiquismo dos educadores pelo fato de
também não terem experimentado uma ação respeitosa
por parte dos seus educadores na vivência dos próprios
sofrimentos.
Desde cedo, nos acostumamos a permutar carências
por objetos, haja vista a utilidade da chupeta e de toda a
sorte de recursos que utilizamos para aquietar a criança
que chora, que pode estar com fome ou mal-acostumada
com o seio da mãe a toda hora, ou sofrendo porque os pais
têm o hábito infantil de se tratar aos berros próximo ao
ouvido da criança.
Quando nossos filhos chegam à adolescência, a chupe-
ta se transforma em celular ou em aparelhos eletrônicos
da moda.
É claro que cito aqui um exemplo muito simples, mas
é preciso notar que tudo o que acontece dentro dos cam-
pos de percepção da criança e do adolescente termina por
afetar o seu desenvolvimento emocional.
Educadores inseguros transmitem insegurança; edu-
cadores medrosos transmitem medo; educadores precon-
ceituosos transmitem preconceito; educadores fanáticos
transmitem fanatismo – seja no esporte, seja em qualquer
outra prática de vida.