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Continuo amando você. Foi tão bom você ter ganhado esses
           livros, conversar comigo e não ter medo.” – disse Gabriel.
             “Você quer me pedir algo?” – perguntou Noel.
             “Como sabe?”
             “Todas as vezes que me pedia algo colocava as mãos para
           trás, nas costas.”
              Gabriel riu. Era uma criança de rara beleza quando no fí-
           sico e continuou lindo por estar equilibrado, harmonizado.
           Respondeu calmamente:
             “Quero, papai, que volte! Precisa cuidar do que Deus lhe
           confiou.”
             “Dárcio não está fazendo?” – indagou Noel.
             “Ele não é dono!” – Gabriel sorriu.
              ‘’Aqui tenho paz!” – exclamou Noel suspirando.
             “Aprender a ter paz é conquista nossa, quem o faz conse-           27
           gue independentemente do lugar em que esteja” – explicou
           Gabriel.
             “Meu filho, acho que será um retorno difícil para mim.”
             “Quer só facilidades? Cadê aquele homem que enfrentava
           tudo?” – indagou o garoto.
             “Enfrentava, disse bem, agora não sei.”
               “Pois eu sei. Conseguirá.”
             “É isto mesmo que quer?” – Noel queria a afirmação do
           filho.
             “É o que precisa ser feito” – determinou o filho.
              Gabriel colocou-o de novo junto ao corpo. Noel pulou,
           abriu os olhos e não viu mais o filho, ficou pensando por ho-
           ras nesse encontro e resolveu voltar. Escreveu a Dárcio pedin-
           do que enviasse dinheiro para o regresso.
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