Page 24 - A História de Cada Um | Candeia.com
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Foi à noite que a família se reuniu para conversar, o irmão
e a cunhada estavam presentes. A carta foi relida, Bruno já
havia decorado. Ele quis escutar a opinião dos familiares.
— Bruno – aconselhou o irmão –, você deve ir lá e ver o
que recebeu. Se o sítio era pequeno, pode ser que continue
ou esteja maior. Vá, receba, venda e volte.
— Estou curiosa, como o cartório soube do nosso endere-
ço? – a mãe quis entender.
— De vez em quando nos correspondíamos, Severino e eu
– contou o pai –, e, como você não gostava dele, nada falei.
Depois que retornamos, mudamos somente uma vez.
— Está então explicado – disse a mãe.
— Por que a senhora não gostava dele? – perguntou
Sigmundo.
22 — Era má companhia para o seu pai, bebia, era farrista e
mulherengo. Mas isso já passou. Ele está morto e de falecido
não se comenta.
— Você tem um emprego – alertou o pai voltando ao as-
sunto –. Não pode se ausentar assim. Como é longe, deve
demorar para ir, resolver e voltar. Depois…
— Emprego onde ganho pouco – interrompeu Bruno –.
Não tiro férias há três anos, vendo-as para ter um dinheiro
extra.
— Saia do emprego. Quando voltar, tente recuperá-lo ou
arrume outro. Sempre pensei que merece algo melhor – a
irmã deu sua opinião.
— Não gostava daquele lugar! – a mãe suspirou.
— Severino era meu amigo e seu padrinho – lembrou o
pai –. Se ele deixou para você o sítio que ele gostava, deve