Page 27 - A História de Cada Um | Candeia.com
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Trabalhava na oficina aos sábados pela manhã. Conver-
sou com seu patrão. Pediu para ser dispensado, explicou que
tinha que viajar. Os colegas pensaram que era para esquecer
de Márcia. Ele escutou comentários contra e a favor dos cole-
gas. Seu patrão entendeu e lhe pagou o que era devido. Teria,
depois, de assinar documentos e deveria voltar na terça-feira.
Com tudo acertado, foi para casa. Não saiu à noite. No do-
mingo pela manhã, costumava jogar futebol com amigos; foi
e contou a todos da viagem e por que iria.
— Quem sabe herdou uma fortuna? – desejou um amigo.
— Não, o sítio é pequeno, deve ser uma chácara, não vale
muito. Se estivesse namorando Márcia, iria fazer uma procu-
ração para alguém do cartório vender o sítio e me mandar o
que apuraram pelo banco. Mas necessito mudar de ares, viajar
e ver o que recebi de herança. 25
Desejaram-lhe êxito.
Segunda-feira foi ao centro de umbanda. Despediu-se dos
amigos informando da viagem e que tivera licença e aprova-
ção do Pai João. Desejaram-lhe boa viagem.
“Mesmo sendo por pouco tempo vou sentir falta de todos”,
pensou Bruno.
— Não será tão pouco tempo assim – escutou de Romoaldo,
seu protetor.
Trabalhou como sempre e novamente voltou triste para
casa. Pensava em Márcia e no término do namoro.
Na terça-feira, acertou tudo na oficina. Foi à rodoviária
e verificou como iria, como faria sua viagem. Teria de pegar
o ônibus até a capital do estado que morava e de lá para a
capital do estado em que ficava a cidade do cartório, e depois
ir para a cidade onde estava o sítio. A viagem deveria durar