Page 20 - A História de Cada Um | Candeia.com
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quarto e tentei organizar os pensamentos. Chorei, senti doer
o peito. Demorei para dormir.
No outro dia, domingo, no almoço, contei aos meus fami-
liares do rompimento do namoro.
“Bruno,” meu pai tentou me consolar, “certamente foi uma
briguinha à toa. Converse com ela novamente se sentir que
vale a pena.”
“Márcia deve ter sido sua décima namorada. Até que a na-
morou muito tempo”, lembrou minha mãe.
“Pensei mesmo que iria terminar logo esse namoro”, minha
irmã deu sua opinião. “Márcia fala muito em se casar, e ela
gosta de ter coisas, está sempre arrumada e compra muitos
sapatos. Parece que tem mais do que dois pés.”
“Mudamos de assunto. Quando terminamos a refeição, fui
18 para meu quarto.”
Bruno suspirou alto. Foi então que prestou atenção na
rua e viu um senhor parado na esquina, era seu vizinho, que
o olhou e sorriu. Bruno o cumprimentou, seguiu andando e
pensando: “Ainda bem que tenho um quarto somente para
mim. De fato, tive muitas namoradas, que foram mais na-
moricos, nunca havia gostado de ninguém antes. Não ficava
com nenhuma garota mais de quatro meses. Namorei Márcia
por onze meses.”
Ele, naquele momento, tinha a certeza de amá-la e estava
sofrendo.
“Hoje é segunda-feira e ainda estou sofrendo”, suspirou
novamente e, desta vez, nem olhou para os lados.
Chegou em casa, tentou não fazer barulho, todos estavam
dormindo. Moravam na casa: os pais; a irmã mais nova, que