Page 22 - A História de Cada Um | Candeia.com
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pensava de uma maneira, tinha de respeitar a opinião do ou-
tro. Saiu espontâneo. Resolveu suavizar.
— Márcia, estou somente querendo entender. Tudo pare-
cia estar bem entre nós. Namorávamos, e, de repente, você
termina.
— Não foi tão de repente assim. Você que não prestou
atenção. Não escondi que quero casar, ter filhos e, namoran-
do com você, não vejo como realizar meu sonho. Meu entu-
siasmo passou. Comecei a achar chato o nosso namoro. Dei
algumas desculpas para não me encontrar com você; se não
se tocou, o problema não é meu.
— Márcia, você sabe que gosto de você.
— Isso não é suficiente.
O moço tentou outras formas para convencê-la, não
20 adiantou. Márcia havia decidido.
— Bruno, por favor, não me procure mais. Vou entrar!
Adeus!
Entrou e fechou o portão. Ele ainda ficou uns instantes
parado, depois voltou para casa.
“De fato, o namoro terminou mesmo!”, concluiu.
Em casa, entrou em seu quarto e chorou.
“Que dor danada de ruim é essa, pior que uma dor física.”
Demorou para dormir. No outro dia, foi trabalhar e, quan-
do voltou para almoçar, sua mãe o esperava com uma carta
na mão.
Como todos os enamorados, por momentos pensou que
Márcia havia lhe escrito. Mas, ao pegar e ler o remetente, viu
que não era dela.
“Márcia não teria porque me escrever. Nunca fez isso.”
Escutou a mãe explicar: