Page 21 - A História de Cada Um | Candeia.com
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estudava e trabalhava; e ele. Tinha mais um irmão, era o mais
           velho, que era casado.
              Sua família era estruturada, os pais combinavam e viviam
           em paz. Eram de classe média baixa. Seu pai era motorista de
           ônibus municipal, a mãe trabalhava numa padaria. Bruno os
           amava.
              Deitou-se e não conseguiu dormir, sentia aquele aperto
           no peito, suspirou várias vezes.
             “Com certeza, não irei esquecê-la!”
              Acabou dormindo.
              Levantou-se cedo e foi para a oficina.
              Tentou trabalhar e fazer bem feito seu trabalho, mas esta-
           va triste, calado, os colegas quiseram saber o que havia acon-
           tecido, contou e escutou conselhos e opiniões.
             — Bruno, mulheres são complicadas, o melhor é não dar              19
           importância.
             — Arrume outra logo! A fila deve andar!
             — Tente conversar com ela de novo. Conversando é que
           se entende!
              Foi no último conselho que Bruno focou. Resolveu ir con-
           versar com ela à noite. E foi. Arrumou-se e, após o jantar, foi
           à casa dela.
              Márcia saiu no portão, não o convidou para entrar. Ele
           resolveu argumentar e tentar fazê-la mudar de ideia.
             — Marcinha, vamos conversar. Você não mudou de opinião?
             — Bruno, não mudei. Realmente não quero namorá-lo
           mais. Por favor, não insista.
             — Não estou insistindo! – ele foi ríspido.
              Bruno não era de insistir nem de forçar ninguém a pen-
           sar como ele. Normalmente não discutia, achava que se ele
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