Page 32 - Reconciliação | Candeia.com
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vislumbra a necessidade e o movimento necessários para sair da mi-
séria moral e espiritual e retornar à abundância e à alegria de viver.
Então, ele se levanta e recobra a dignidade da postura ereta na
vida, a conduta reta que o levará de volta ao Pai. Vislumbra a estrada
por onde desceu, desgastando a herança exigida, e percebe o lixo
deixado ao longo do caminho. Vê ao alto a casa paterna e o Pai que
lhe olha com dignidade e respeito, e isso o move, enchendo-o de
força. Mas, é imperativo que suba o caminho anteriormente des-
respeitado, dignificando-o. Caminha, agora, recolhendo o lixo dei-
xado no solo, registro de sua imprevidência e rebeldia, e assume as
consequências de seus atos e decisões. O olhar, no entanto, está no
Pai, na promessa, no porvir de abundância.
No látego das provas rudes, ouve a voz do divino Mestre con-
solando-lhe o coração: “Bem-aventurados os aflitos, porque serão
consolados”. Com isso, reúne forças para seguir no rumo do alvo, ao
encontro do amor.
É interessante observar que essa postura digna do filho repre-
senta o movimento de saúde se estabelecendo na alma. Ele abando-
na a exigência para seguir na responsabilização pelos seus atos.
Comenta Emmanuel:
“Quando o filho pródigo deliberou tornar aos braços paternos, resolveu
intimamente levantar-se. Sair da cova escura da ociosidade para o campo
da ação regeneradora. Erguer-se do chão frio da inércia para o calor do
movimento reconstrutivo. Elevar-se do vale da indecisão para a montanha
do serviço edificante. Fugir à treva e penetrar a luz. Ausentar-se da posição
negativa e absorver-se na reestruturação dos próprios ideais. Levantou-se
e partiu no rumo do lar paterno. Quantos de nós, porém, filhos pródigos
da vida, depois de estragarmos as mais valiosas oportunidades, clamamos
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