Page 35 - Reconciliação | Candeia.com
P. 35

E o filho, regenerado e redimido, se atira, então, nos bra-
            ços do pai, envergonhado e feliz por estar de volta. É dia de festa
            porque “aquele que estava morto reviveu e o que estava perdido
            se encontrou”.
                 Essa é a destinação de todo ser humano. Cada ser pode eleger o

            roteiro, mas não pode escolher o destino, que já está pré-fixado pelo
            Criador: a integração plena no Seu amor.
                 A rebeldia é experiência passageira que ainda que permaneça

            ativa por muitas encarnações, cede sempre espaço para a humildade
            e a obediência à medida que o Espírito se dá conta de que entregar-se
            a Deus não é limitar-se nem negar-se, mas expandir-se e ampliar-
            -se, infinitamente.
                 É importante destacar que, após o retorno do filho apartado, a pa-

            rábola nos revela outra realidade de rebeldia e desconexão: o filho ava-
            rento que se queixa e reclama para si os direitos exclusivos de usufruto
            das bênçãos e da herança do pai.

                 Comenta Emmanuel:


                     “O ensinamento velado do Mestre demonstra dois extremos da ingra-
                  tidão filial. Um reside no esbanjamento; o outro, na avareza. São as duas
                  extremidades que fecham o círculo da incompreensão humana.” 9



                 Muitos religiosos formalistas do mundo permanecem como o
            filho avarento, requisitando para si e para os seus a posse da ver-

            dade e da compreensão integral da lei, a promessa e a herança fu-
            tura. Apregoam a fraternidade e semeiam a discórdia; afirmam a



            • 9 •   Francisco Cândido Xavier e Espírito Emmanuel, Pão nosso, cap. 157.


                                                                      • 33 •
   30   31   32   33   34   35   36   37   38   39   40