Page 29 - Reconciliação | Candeia.com
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filho se e como desejarem, na sequência dos cuidados e da atenção
            que dispensaram desde o berço. Quando o filho recebe a herança
            como presente, a recebe com respeito e reverência, e não se permi-
            te abusar do que lhe foi dado. Por outro lado, aquele que exige se crê
            superior e no direito de usar aquilo que outros conquistaram.

                 Do mesmo  modo, no  plano do Espírito  cada  ser herda  do
            Pai os gérmens de virtude e força para a vida, que o levarão fatal-
            mente ao desenvolvimento pleno das potências da alma, no tempo.

            Mergulhando periodicamente na encarnação, vive o choque das di-
            ferenças e o estímulo das conquistas de acordo com cada época, cul-
            tura e sociedade. Em todo tempo recebe uma imensidão de recursos
            do Criador como divinas concessões, tais como posses, inteligência,
            oportunidades, afetos, instruções. E, então, no uso e usufruto do li-

            vre-arbítrio, tem a opção de honrar para o bem e para a coletividade
            tudo que foi ofertado, promovendo o progresso em si e ao seu redor,
            ou desonrar as divinas oportunidades, no abuso egoísta e egocên-

            trico que o distancia do progresso.
                 Aquele filho, iludido pela imaturidade ou pela rebeldia, “des-
            perdiçou todos os bens, vivendo dissolutamente”. Semeou livremen-
            te e colheu naturalmente o que plantou, brotou e produziu, conforme
            a semente. E por desperdiçar os recursos, viu-se só e pobre, sem con-

            dições de sustentar a si mesmo e de manter-se íntegro na vida. Foi,
            então, apascentar porcos e comer de sua comida.
                 Assim comenta Joanna de Ângelis sobre a saída do filho de casa:



                     “Logo depois, viajando para um país longínquo procura arrancar as
                 raízes existenciais, as marcas, destruir a origem desagradável, perma-
                 necendo na ignorância de si mesmo, fugindo para o Eden onde parecia



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