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IMENSA MAIORIA DOS CONFLITOS NAS RELAÇÕES DE CASAL, 1
a
A mizade ou profissional não tem a ver com a relação em si,
mas com dinâmicas relacionais construídas sobre as nossas fe-
ridas interiores, nossas defesas e reatividades que são projetadas
naquela relação, gerando conflitos e danos.
Nossas vulnerabilidades demonstram necessidades emocio-
nais mais profundas não atendidas, áreas de carência e faltas.
Cobranças excessivas, desejo de controle, agressividade, pas-
sividade, ciúmes, expectativas exageradas, oferta ou demanda
de atenção sem equilíbrio nas trocas são alguns dos indícios de
que as feridas emocionais estão no comando da relação.
Em geral, tendemos a projetar no outro a expectativa de que
ele seja a solução para uma falta ou uma carência, de que se
ocupe daquilo que não conseguimos ou não realizamos.
Na relação de casal, sobretudo, tendemos a encontrar a nossa
sombra de maneira mais intensa, vendo no outro aquilo que
negamos ou rejeitamos em nós mesmos, inclusive virtudes e
potencialidades.
Também nessa relação, tendemos a reproduzir a dinâmica
relacional de nossos pais, seus padrões emocionais e afetivos,
sua linguagem de amor e suas ausências.
Assim, em caso de insatisfação, briga ou discussão, temos
a oportunidade de fazer contato com as feridas infantis que
ainda estão ativas em nós e, passado o calor da emoção, com
as necessidades reais mais profundas.
Lembro-me de uma senhora que fez um workshop de cons-
telação familiar para trabalhar a relação de casal. Seu tema era
o desejo de controle exaustivo na relação a dois, o que lhe cau-
sava muita insatisfação. Ao serem colocados os representantes
para ela, seus pais e seu esposo, logo uma raiva profunda em
relação aos pais se revelou, pois ela tinha sido sobrecarregada,