Page 46 - Reconciliação | Candeia.com
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com suas conquistas e desafios, o Espírito vive a experiência sempre con-
               tínua da busca de sentido e de significado para sua existência.
                    Como criatura, traz em si a consciência da realidade de Deus
               como fonte suprema, causa primária de todas as coisas. Não pode
               negá-Lo no mais profundo, pois sabe-se nascida de Seu amor e de

               Sua vontade, como expressão dEle mesmo. Contudo, envolvida na
               ilusão do conhecimento relativo, pode opor-Lhe resistência, ne-
               gando Sua realidade ou Suas leis . Na maior parte das vezes, a cria-
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               tura renega os conceitos de Deus apresentados pela religiosidade de
               sua época e cultura, sobretudo quando essa religiosidade se apre-
               senta dogmática e impositiva, em culto ao poder e ao controle social
               em vez de conduzir o homem à fonte, como deveria.
                    Ensina Emmanuel que:



                      “O determinismo divino se constitui de uma só lei, que é a do amor para
                    a comunidade universal. Todavia, confiando em si mesmo, mais do que em
                    Deus, o homem transforma a sua fragilidade em foco de ações contrárias a
                    essa mesma lei, efetuando, desse modo, uma intervenção indébita na har-
                    monia divina. Eis o mal. Urge recompor os elos sagrados dessa harmonia
                    sublime. Eis o resgate. Vede, pois, que o mal, essencialmente considerado,
                    não pode existir para Deus, em virtude de representar um desvio do ho-
                    mem, sendo zero na sabedoria e na providência divinas. O Criador é sem-
                    pre o Pai generoso e sábio, justo e amigo, considerando os filhos transvia-
                    dos como incursos em vastas experiências.” 18



               • 17 •   Allan Kardec, O livro dos Espíritos, questão 960: “Donde se origina a crença, com que
                    deparamos entre todos os povos, na existência de penas e recompensas porvindouras? É
                    sempre a mesma coisa: pressentimento da realidade, trazido ao homem pelo Espíri-
                    to nele encarnado. Porque, sabei-o bem, não é debalde que uma voz interior vos fala”.
               • 18 •  Francisco Cândido Xavier e Espírito Emmanuel, O consolador, pergunta 135.


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