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INTRODUÇÃO

               O FILHO PRÓDIGO: o arquétipo
                da desconexão e da reconexão
               com o Criador






                      “E disse: Um certo homem tinha dois filhos e o mais moço deles
                    disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence. E ele re-
                    partiu por eles a fazenda. E, poucos dias depois, o filho mais novo,
                    ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua, e ali desperdiçou
                    os seus bens, vivendo dissolutamente. E, havendo ele gastado tudo,
                    houve naquela terra uma grande fome, e começou a padecer neces-
                    sidades. E foi, e chegou-se a um dos cidadãos daquela terra, o qual o
                    mandou para os seus campos, a apascentar porcos. E desejava encher
                    o seu estômago com as bolotas que os porcos comiam, e ninguém lhe
                    dava nada. E, tornando em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai
                    têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome! Levantar-me-ei, e
                    irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante
                    ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos
                    teus jornaleiros. E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda
                    estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão e, cor-
                    rendo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou. E o filho lhe disse: Pai,
                    pequei contra o céu e perante ti, e já não sou digno de ser chamado
                    teu filho. Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor
                    roupa; e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão, e alparcas nos pés; e
                    trazei o bezerro cevado, e matai-o; e comamos, e alegremo-nos; por-
                    que este meu filho estava morto, e reviveu, tinha-se perdido, e foi
                    achado. E começaram a alegrar-se. E o seu filho mais velho estava
                    no campo; e quando veio, e chegou perto de casa, ouviu a música e as
                    danças. E, chamando um dos servos, perguntou-lhe que era aquilo. E
                    ele lhe disse: Veio teu irmão; e teu pai matou o bezerro cevado, por-
                    que o recebeu são e salvo. Mas ele se indignou, e não queria entrar. E
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