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Talvez esse seja o grande alento daqueles que partem
do plano espiritual em direção a uma nova existência na
Terra: saber que não estarão sozinhos. Inúmeros irmãos
e companheiros que muito bem nos conhecem estarão
dispostos a fortificar a nossa intenção de soerguimento.
Essa certeza de que não estamos a sós no vendaval do
mundo, e de que tudo quando acontece, por mais difícil
e incompreensível que pareça, está submetido a uma Lei
superior, amorosa e justa, é o que muitos chamam de fé.
Eu me considero uma pessoa nascida na fé e guia-
da diariamente pela fé. Uma fé humana, imperfeita e
cotidiana. Possivelmente, menor que um grão de mos-
tarda, mas suficiente para me fazer pisar muitas vezes
sem enxergar o chão. Parece-me que reencarnar estan-
do consciente de quem se é, já é, por si só, um salto de
fé, assim como confiar que, em meio à escuridão de ( )
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uma nova existência, haverá uma rede para amparar
as possíveis quedas.
O testemunho dessa fé que conheço, vivo diariamente
e ora compartilho não está em milagres grandiosos ou
em sacrifícios à altura dos mártires das primeiras ho-
ras. Meus ombros são ainda frágeis demais para essa
etapa da montanha. Trata-se, na verdade, de situações
corriqueiras o suficiente para não serem percebidas e
surpreendentes o suficiente para serem dignas de nota.
Tenho todas anotadas nos escaninhos da minha alma,
como notas suaves de confiança. Essas notas já me sus-
tentaram de pé quando achei que sucumbiria, quando
a professora dor me visitou e quando os testemunhos
bateram à minha porta.