Page 58 - Homossexualidade sob a Ótica do Espírito Imortal | Candeia.com
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(que nem existiam àquela época) não se aplicariam àquelas
                     culturas, pois o sentido atribuído a esses termos na atualidade
                     é diferente do sentido que tais relacionamentos tinham para
                     a sociedade da época.
                         Segundo Foucault:


                        “A noção da homossexualidade é claramente inadequada como
                         um meio de referir-se a uma experiência, formas de avaliação e
                         um sistema de classificação tão diferentes dos nossos. (…) Os
                         gregos não viam o amor pelo mesmo sexo e pelo outro sexo
                         como opostos, como duas escolhas exclusivas, dois tipos total-
                         mente diferentes de comportamento. As linhas divisórias não
                         seguiam esse tipo de limite”. 18


                         E continua ele:


                        “Os gregos eram bissexuais? Sim, se quisermos dizer com isso
                         que um grego [homem livre] podia, simultânea ou alternada-
                         mente, apaixonar-se por um rapaz ou uma moça. (…) De acordo
                         com o seu modo de pensar, o que tornava possível desejar um
                         homem ou uma mulher era simplesmente o apetite que a natu-
                         reza implantara no coração do homem por seres humanos belos,
                         de qualquer um dos dois sexos…” 19


                         No Egito, no séc. V a.C., em Tebas (que por mais de 2 000
                     anos foi a maior e mais próspera cidade, considerada sagra-
                     da, do Egito), havia um exército composto por 150 amantes



                     18.  Michel Foucault, História da sexualidade, vol. II, O uso dos prazeres, p. 187.
                     19.  Idem, p. 188.





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