Page 57 - Homossexualidade sob a Ótica do Espírito Imortal | Candeia.com
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Era comum, também, a relação de educação se dar a partir
do relacionamento homossexual entre um tutor mais velho
(que era a parte ativa da relação), chamado de erastes, e um
educando jovem, chamado de eromeno (que se comportava
obrigatoriamente como passivo). A partir da idade adulta, o
jovem deixava a relação, e a postura passiva era considerada
inadequada, a partir de então.
Essa prática foi igualmente observada em outras culturas
primitivas, como entre os taifalae, antigos habitantes da região
que forma a atual Romênia:
“Esses tinham um costume, segundo o qual um jovem na puber-
dade devia se unir a um guerreiro valoroso da tribo. Esse vínculo
homossexual só poderia ser quebrado quando esse jovem pu-
desse mostrar sua virilidade, matando um urso selvagem em um
único combate”. 16
Jung, comentando essas culturas, relata que “na Grécia
antiga e em certas culturas primitivas, homossexualidade e
educação são praticamente sinônimos”. 17
No entanto, o francês Michel Foucault, grande estudioso
da história da sexualidade, adverte que não podemos lançar,
sobre a sociedade greco-romana e as sociedades primitivas,
as definições histórico-culturais que hoje utilizamos, pois elas
são construções da evolução do pensamento, próprias da cul-
tura moderna. Assim, os termos homossexual e heterossexual
16. Idem.
17. Carl Gustav Jung, Two essays on Analytical Psychology, Princeton: Princ-
eton University Press, 1975, vol. 7, p. 106.
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