Page 54 - Homossexualidade sob a Ótica do Espírito Imortal | Candeia.com
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O registro ou evidência mais antiga de alguma prática que
                     possa se correlacionar com o que hoje é considerado uma
                     orientação afetivo-sexual homossexual vem do achado de um
                     homem de 12 000 a.C. Ele foi encontrado congelado, pelos ar-
                     queólogos austríacos, na fronteira entre a Áustria e a Itália, nos
                     Alpes. Tratava-se, provavelmente, de um guerreiro que faleceu
                     durante caçada, surpreendido por uma nevasca, segundo os
                     pesquisadores. Pelas tatuagens, inferiu-se que era o chefe da
                     tribo. A descoberta surpreendente é o achado de esperma em
                     seu reto, de características sanguíneas diferentes da sua, o que
                     remete a ato homossexual, embora não se possa fazer ilações
                     quanto ao significado do ato.
                         Os mitos históricos relatam, igualmente, experiências ho-
                     mossexuais, como por exemplo na antiga literatura mesopotâmia:


                        “Em um épico datado de um período de 2750 e 2500 a.C., re-
                         gistrado em doze tabletes de argila e em escrita cuneiforme, há
                         relatos das aventuras do rei de Uruk, Gilgamesh. (…) Esse rei,
                         muito arrogante, afrontava as leis humanas e divinas e os deuses
                         resolveram punir Gilgamesh por seus excessos. Criaram um ser
                         de força descomunal para enfrentá-lo, de nome Enkidu, mas
                         este perdeu suas forças quando se tornou amante de uma cor-
                         tesã e, vencido, acabou se tornando um companheiro insepa-
                         rável de Gilgamesh, na sua jornada em busca da imortalidade”. 13






                     13.  Burton, 1993, apud Carlos Alberto Salles, “Estudos sobre a homosse-
                         xualidade: debates junguianos”, in Carlos Alberto salles e Jussara Maria
                         de Fátima César e Melo, Estudos sobre a homossexualidade – debates
                         junguianos, p. 12.





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