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Chorar alivia, faz desaguar no oceano da vida
as tristezas e dores acumuladas, e torna mais
leve o fardo pesado que carregamos.

Jesus chorou algumas vezes e o fez em público
também, como a lecionar que o pranto sincero é
legítimo, uma expressão humana decorrente da
sensibilidade e da fragilidade de que somos portadores.

Chore. Apenas tenha cuidado para não se
afogar nas próprias lágrimas, desesperando-se
e fazendo disso um hábito recorrente.

E, depois que tiver chorado o suficiente, enxugue os
olhos, levante a cabeça e estampe um sorriso no rosto,
mesmo que seja um sorriso tímido feito um sol coberto
por nuvens. E guarde a certeza de que na vida tudo
passa: tristezas e alegrias, escassez e fartura, frio e calor,
dores e prazeres, em uma impermanência sem fim.
Portanto, quando as lágrimas forem o retrato vivo de uma
tempestade pela qual esteja passando, sem que tenha
conscientemente “semeado ventos”, mantenha a certeza
de que uma nova aurora se anuncia, convidando-o a
recomeçar, tentar mais uma vez e com maior maturidade.

Chore, sim, pois chorar nos faz humanos. Temos
que aprender a transformar lágrimas em energia de
crescimento e mudança para que elas representem o
regar das sementes de um novo tempo; sementes que
sempre estiveram dentro de nós, no solo do nosso
coração, aguardando o instante certo para germinar.

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