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N a maioria das relações humanas existe sem-
pre um lado que, mesmo involuntariamente, procura man-
ter ascendência emocional sobre o seu interlocutor.
Quando se trata da educação dos filhos, essa atitude
está mais presente porque o educador acredita ser o por-
tador de todo o conhecimento e toda a sabedoria que ga-
rantirá felicidade aos educandos.
Esse entendimento é muito comum, mas não traz ne-
nhuma garantia de desenvolvimento de uma educação
saudável.
Processos educativos não são práticas unilaterais em
que se deva observar e acatar apenas as “ordens” vindas
dos responsáveis pela educação. Educar é permutar e, por-
tanto, não é uma via de mão única.
Uma das maiores virtudes que um pai pode ter é a de
ouvir o filho com sensibilidade para perceber o que ele evi-
dencia por meio de suas emoções.
A capacidade de um educador se revela em sua com-
preensão, e, mesmo havendo um conteúdo programático
a cumprir, cada aluno absorverá a matéria dada de acordo
com sua capacidade cognitiva, que depende do seu con-
texto emocional (lembre-se de que não existe aprendizado
saudável para quem está adoecido emocionalmente).
A escuta dos pais não se restringe apenas ao aparelho
auditivo, mas, principalmente, à percepção sensível ao ou-
vir os filhos, e isso cabe ao coração.