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A fala orientadora, precedida pela escuta que acolhe,
torna-se urgente. É preciso ouvir sem reprimir para que
os filhos se mostrem como são, em um processo de con-
fiança. Ordens impostas nos remetem ao autoritarismo,
que nunca promove atitudes colaborativas.
Quando constrangemos os nossos filhos ou alunos com
falas hostis como “Você não sabe de nada! Acha que pode
me ensinar alguma coisa?”; “Quando você vinha com a fa-
rinha eu já estava comendo o pão”; “Cala a sua boca, por-
que eu não pedi a sua opinião”, manifestamos ignorância
e desrespeito, acima de tudo.
As palavras desrespeitosas criam rupturas e a perda
de confiança dentro da relação, além de dificultar mani-
festações espontâneas por meio das quais nossos filhos e
alunos se desenvolveriam satisfatoriamente.
A ação de ouvir filhos e alunos permite que pais e edu-
cadores ouçam a si próprios nas respostas emocionais da-
das por eles.
Processos educativos não podem ser padronizados ao
longo do tempo porque aspectos socioculturais precisam
ser levados em consideração na arte de educar. Um pai
ou um professor da década de 1970 teria imensa dificul-
dade em se relacionar com os educandos desta nossa era
tecnológica.