Page 28 - Casulo de Segredos | Infinda
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Anne sentiu-se incomodada com os olhares dos mosqueteiros,
por mais que fossem discretos e formais em seus modos. Ela não
estava acostumada com a forma que eles a observavam.
O que os três não sabiam, ou melhor, não se lembravam, é que
eram antigos afetos que se reencontravam para novos aprendiza-
dos e reajustes. As conquistas ou fracassos de cada um depende-
riam das escolhas e atos que praticariam durante o tempo que per-
manecessem na Terra, compartilhando experiências juntos, cada
qual com sua evolução individual.
Gérard Lambert convidou todos a se sentarem e dona Augus-
tine pediu licença novamente, saindo da sala para providenciar o
chá. Num impulso, Anne levantou-se, dizendo:
— Com licença, senhores, ajudarei mamãe.
Anne retirou-se da sala a passos largos atrás da mãe, segurando
o vestido.
— Mamãe, mamãe! espere! O que está acontecendo?
Dona Augustine continuou seu trajeto até a cozinha.
— Você é muito afoita e curiosa, Anne! – disse a mãe, cortando
o assunto.
— Estou com medo, mãe. Será que teremos algum conÅito por
aqui?
— Não se preocupe, não é nada disso. No tempo certo, você sa-
berá de tudo. Venha. Ajude-me com a louça. Não pensei que tería-
mos tantos convidados. Preciso reorganizar o jantar e os aposentos.
“Convidados?” – pensou a moça. Todos aqueles mosqueteiros
eram convidados?
Ninguém lhe dissera nada sobre convidados. Mas por que esta-
riam justamente na sua casa? Por que Alain não os levara para a
residência dele, já que era um mosqueteiro também? O que estaria
acontecendo ou por acontecer? Lembrou-se que Alain mencionara
uma missão especial e detalhes de uma cerimônia. Ela sentiu um arre-
pio subir pela espinha e suas mãos gelaram. Pressentia que algo es-
tava para acontecer e provavelmente ela estaria envolvida. Seguiu
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