Page 26 - Casulo de Segredos | Infinda
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irmãs e na vizinha, arquitetadas juntamente com Jacques, irmão
mais velho de Anne. Apesar da pouca idade, o uniforme lhe im-
punha um ar de respeito e com certeza ele deveria ter uma grande
lista de pretendentes pela França afora.
— Obrigado, senhorita – respondeu-lhe com uma reverência e
um sorriso.
— Gostaria de desposar-me, jovem mosqueteiro? – Anne per-
guntou com seu tom brincalhão ao velho amigo.
— Infelizmente não poderei, senhorita – Alain respondeu, con-
tinuando o jogo de Anne, mas de forma tristonha.
— Por que não?
Ela se surpreendeu com sua resposta, apesar da descontração
da conversa.
— Você é comprometida, esqueceu-se?
— Ah! se “meu noivo” ainda não morreu, ele já deve ter esque-
cido o “nosso” compromisso.
Alain olhou confuso para os pais de Anne, como se buscasse
alguma resposta.
— Sentem-se, por favor – convidou dona Augustine, mãe de
Anne, cortando a conversa entre os dois. – Providenciarei o chá.
Com licença.
Dona Augustine levantou-se e foi em direção à cozinha quando
a porta principal abriu-se novamente e dois cavalheiros entraram.
Todos olharam os recém-chegados.
— Desculpem-me pela demora, senhores e senhoras. Precisei
organizar meus homens – justicou-se o mais velho dos dois, pa -
rando na entrada do salão, tirando o chapéu e segurando-o junto
ao peito.
Era o capitão Antonie Lefèvre, responsável pela Companhia
dos Mosqueteiros, que estava na casa de Gérard Lambert. Era
um homem de vinte e cinco anos, de olhos e cabelos castanhos
bem claros, sobrancelhas bem marcadas, nariz alado. Seus ca-
belos eram levemente cacheados e vinham até quase os ombros.
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