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da vez. Com o agravante de não empregarmos a mesma
energia em identificar nossas próprias imperfeições,
que ainda nos causam tantas dores e sofrimentos.
É natural também a associação dessa mensagem à
outra passagem evangélica, na qual Jesus adverte que
não devemos julgar para não sermos julgados [Mt 7:1].
O propósito do ensinamento parece ser o mesmo: evi-
tem o julgamento deliberado e gratuito, pois que isso
nos afasta do verdadeiro senso de justiça e amor. Mas
é muito importante não generalizar o sentido do “não
julgueis para não serdes julgados”, como fazem preci-
pitadamente muitos dos que se dizem cristãos.
Jesus mesmo não poupou críticas aos doutores da
Lei por emprestarem mais valor aos atos exteriores de
fé do que à vivência espiritual profunda, individual, de-
sapegada de dogmas e rituais. Chegou a usar palavras
duras, como “hipócritas”, ao se referir às autoridades
religiosas que zelavam pelas tradições do judaísmo.
Sobre esse assunto são esclarecedoras as mensa-
gens do Espírito São Luís publicadas no capítulo X de
O Evangelho segundo o espiritismo. Segundo ele, o direito
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de repreender alguém depende da intenção de quem
2. Allan Kardec. O Evangelho segundo o espiritismo. Trad.
Guillon Ribeiro. 131. ed. Brasília: FEB, 2013. [cap. X, itens
19, 20 e 21]
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