Page 33 - Palavras para a Alma | Candeia.com
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por ora estejamos envolvidos, para que possamos ocupar
nosso lugar legítimo de filhos de Deus. E filho é sempre pe-
queno diante do Pai. Essa pequenez é necessária para que
possamos receber, para que possamos nos alimentar do
fluxo divino. Há vários exemplos disso: um amigo distante
que resolve nos telefonar e oferecer uma notícia diferente
ou um convite para algo salutar; o abraço amoroso do
companheiro da casa espírita; aquele livro que alguém nos
oferta inesperadamente; uma conversa positiva que acon-
tece com um colega de trabalho ou um convite para algo
de que já nem nos lembrávamos. E como não falar das
flores, que podem oferecer o carinho divino perfumado,
ou do Sol, que ilumina nosso quarto inteiro de manhã? A
vida segue seu curso, independente de nossa teimosia em
permanecermos inconformados.
Dessa maneira, reconhecer nossa pequenez quer dizer:
somos mesmo pequenos, e é preciso admitirmos e nos 30
colocarmos enquanto tais, diante do curso da vida. Não é 31
que não saibamos que somos pequenos… O que nos falta é
concordar com a pequenez e com as consequências diretas
de nos sentirmos desse tamanho, pois isso resultará em
abrir mão de controlar os outros, de controlar as situações,
e ampliar o olhar para descobrir para onde nos aponta tudo
o que nos acontece. Devemos assumir uma postura madu-
ra para compreender que existem razões para além de nos-
sa vontade ou de nosso entendimento para que algo se dê
desse ou daquele jeito, e não como gostaríamos que fosse.
Desenvolver a humildade… cuidar de nossa teimosia…
concordar com os caminhos divinos… Essa é a sugestão
que a espiritualidade nos dá tanto para que possamos so-
breviver aos acontecimentos difíceis quanto para nos ale-
grarmos com as conquistas, sem que elas se tornem troféus