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fornecer ao indivíduo recursos de autoconhecimento, instrução e
               autoamor que o capacite a sedimentar a busca pela saúde de forma
               eficaz e permanente.
                   A grande maioria dos doentes da humanidade desejam aneste-
               sia e não consciência. Muito justo que se aliviem sintomas, evitando
               sofrimento desnecessário e improdutivo, mas o processo educa-
               cional que liberta o indivíduo da ignorância e da dependência é
               fundamental no processo de reconstrução da saúde ou na profilaxia
               das enfermidades do corpo e da alma.
                   A insatisfação com o atendimento na área de saúde é genera-
               lizada e ouve-se frequentemente as pessoas queixarem-se de não
               serem ouvidas nem mesmo examinadas, ou terem suas queixas e
               falas desvalorizadas pelo profissional de saúde.
                   “Questões emocionais são tratadas com o psicólogo ou com
               o psiquiatra.” “Sua dor na perna nada tem a ver com seu problema
               emocional.” “Suas dores que andam no corpo não fazem sentido,
               não são nada, são imaginação sua.” “Sua fé, opinião ou interpreta-
               ção religiosa não importam para sua saúde; delas cuidem o padre,
               o pastor ou o capelão.” Dentre muitas outras, são falas frequentes
               em consultórios médicos de todo o mundo.
                   O ser humano, que deveria ser encarado como um ser biopsi-
               cossocial, conforme preconiza a OMS, é reduzido a uma patologia,
               sigla ou estado emocional, perdendo-se a noção da integralidade.
               Frustram-se muitos planos terapêuticos pela não adesão do doen-
               te, por relações médico-paciente deficientes e superficiais, pela
               não valorização do subjetivo, pela má comunicação, dentre outros
               motivos.
                   A grande maioria dos médicos e demais profissionais de saúde
               vêm de uma formação profissional centrada na doença e não na
               pessoa. Não aprendemos a ver o ser humano como corpo, mente
               e espírito. Some-se a isso os inúmeros entraves a uma prática pro-
               fissional digna, sobretudo no sistema de saúde pública, e assim os









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