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se irritam frequentemente –, igualmente desconhecem
a si mesmas. A reatividade está diretamente ligada à ne-
gação de si mesmo.
Quem muito se impõe se sente vulnerável, sente falta
de apropriação de suas conquistas interiores, necessi-
tando que o outro o siga, aceite-o, obedeça-o. Quem se
conhece e se conecta com a própria essência passa a ser
mais compassivo, compreensivo e tolerante, aceitando
a si mesmo e ao outro.
O autoconhecimento é o movimento que permite a
autotransformação e a autossuperação. Quem mergulha
em si mesmo se compromete com o que vê e se empode-
ra para caminhar na direção do que deseja ou necessita.
O autoconhecimento e a autoaceitação são resultados
de atitudes de autoamor que andam sempre de mãos
dadas. “Autoamor” não é algo que vem de fora; é deci-
são interior, compromisso de paz e trabalho em prol de
si mesmo para que o melhor venha à tona.
Quem mergulha em si precisa aceitar os preços da
desilusão e da desidealização desse processo, pois nele
haverá enfrentamento de muitas decepções consigo
mesmo na percepção de incoerências, contradições, pa-
radoxos, falsidades e conflitos interiores. Tudo isso vive
também em cada um de nós. Assim como nos munimos
do equipamento de mergulho que nos garante o oxigênio
necessário enquanto estamos debaixo da água, além do
treino que nos permite suportar a diferença de pressão
quando nos aprofundamos no mergulho, também preci-
samos estar dotados de atitudes de resiliência, aceitação,
paciência, afeto, ternura e firmeza para lidarmos com o
que é percebido e seguirmos adiante.