Page 45 - Abraço à Sombra | Candeia.com
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A dolorida pressa
de evoluir
Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal
que não quero fazer, esse eu continuo fazendo.
— Epístola de Paulo aos Romanos, 7:19
O notável apóstolo Paulo de Tarso, há mais de dois mil
anos, dedicou-se a falar da dor que tanto consome os seres
humanos: a impotência diante das más inclinações.
Depois de um ato de desamor que pratico contra mim
mesma e contra o próximo, vêm os sentimentos de culpa
e de remorso. Esses elementos são a dor da consciência
ouvida tardiamente. Após o reconhecimento da atitude
equivocada, retomo a caminhada e compreendo que, quan-
do abraço a culpa, fico presa, chumbada às zonas estéreis da
lamentação. Fujo do movimento de autorresponsabilidade.
Diante de um excesso, identifico seus porquês e traço
metas para agir de modo diferente, para pensar e respi-
rar fundo momentos antes de explodir; de que recursos
para lançar mão para não dar o primeiro grito, o primeiro
gole, a primeira colherada, a primeira ofensa, a primeira
violência…
Vem a hora de agir e… falho novamente!
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