Page 42 - Abraço à Sombra | Candeia.com
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Não, Sombra amiga, hoje eu não vou te calar!
Tampouco vou sentir culpa em teu nome.
Também não vou ignorar sua enorme presença em mim.
Não mais…
Hoje, quero te olhar de frente,
como olho nos olhos de uma filha que
acabou de riscar a parede inteira
sabendo que era errado fazer e optou por
seguir adiante, mesmo assim.
Não adianta bater, gritar, colocar de castigo.
Não adianta violentar.
Então, como agir com uma criança que faz
algo para, talvez, chamar a atenção?
Dou colo e converso, com voz doce e calma:
“Querida, você está cansada? Você está brava?
Você está nervosa? Está sentindo medo?”.
“O que foi que te chateou? O que foi que te feriu?
O que que te deixou assim, nessa defensiva toda?
Você quer dormir? Quer tomar uma sopinha
quente e se aconchegar num cobertor,
abraçada comigo? O que você quer?”