Page 28 - Chico Xavier: o Voo da Garça | Candeia.com
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No dia seguinte, as garças, aos poucos, como chegaram, co-
                         meçaram a deixar aquela várzea. E só ficaram ali umas poucas
                         garças e uns poucos lírios. Ainda hoje podemos ver naquela re-
                         gião um pequeno número delas, com certeza descendente das
                         garças que sobrevoaram a cidade no dia 2 de abril de 1910, dia
                         em que Chico Xavier nasceu. E Sá Tomásia concluía explican-
                         do que aquelas garças tinham aparecido em nossa terra para
                         festejar, com seus voos e o perfume dos lírios, o nascimento de
                         Chico Xavier. Sá Tomásia: “Os lírios de Pedro Leopoldo nunca
                         floriram com tanta vontade como naqueles dias…” E o interes-
                         sante é que hoje em dia, onde Chico Xavier se concentra para
                         receber um Espírito do além, quase sempre surge um suave
                         perfume… às vezes de rosas, às vezes de lírios… 4


                         Estou me apropriando dessa metáfora  para dizer que
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                     uma dessas garças pousou na cidade de Pedro Leopoldo
                     exatamente no dia 2 de abril de 1910, na Rua de São Sebas-
                     tião, trazendo compaixão e amor, e, por isso mesmo, trans-
                     formou as noites de muitos angustiados e aflitos em dias
                     ensolarados de esperanças e de alegrias.






                     4.   José Issa Filho. Coisas do reino de Pedro Leopoldo 3. Pedro Leo-
                         poldo: Tavares, 2002. [p. 138–140]
                     5.   A palavra é derivada do grego meta (além) mais phorein (trans-
                         portar de um lugar para outro). Tem a conotação de transpor-
                         tar o sentido literal de uma palavra ou frase, dando-lhe um
                         sentido figurado. A metáfora é uma linguagem simbólica, ca-
                         racterística da linguagem primária do inconsciente.




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