Page 23 - Veredas do Mais Além | Candeia.com

Em cada um desses caminhos, trilham os homens que
miram o centro da praça, tentando observar a face da
grande musa da verdade. Daí, dessa ofuscada e distante
observação, formulam suas hipóteses e verdades sobre
a Verdade.
Muito embora tão distantes, vez ou outra permite o
nosso Pai que um dos conhecedores da verdade vão de
encontro aos caminhantes contar sobre a bela musa.
Ao ouvir esses emissários, alguns se fazem de surdos;
outros, contrariados, os perseguem. Há ainda os que du-
vidam ou julgam ser o emissário um louco.
Cada grupo se aferra a um dos sete caminhos e por
eles seguem a passos lentos, pois, muitas vezes, param
para debater entre si, outras vezes, para debater com os
caminhantes das estradas vizinhas.
Um pouco mais à frente, constroem instrumentos que
podem ampliar a visão, e, dessa visão, novas hipóteses,
teorias e verdades surgem.
Cada um dos membros dos sete caminhos, agora, po-
dendo observar uma face diferente da musa, proclamam
que ela foi esculpida ou moldada em um material diferen-
te: ouro, carvalho, bronze, mármore, esmeralda, prata
ou barro…
Param pelo caminho a debater sobre a verdadeira face
da musa da verdade, e ali ficam por longo tempo.
Uma pequena criança, encantada com as variadas ver-
sões que ouve em cada um dos sete caminhos, percebe que,
talvez, a musa não seja feita de ouro ou barro, mármore
ou bronze, um ou outro material, mas, sim, de todos eles.

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