Page 28 - As Parábollas de Jesus (Evangelho de Mateus) | Candeia.com
        P. 28
     possibilitando que o “inexplicável” se aproxime de uma
                     realidade espiritual individual. Esse processo ocorre por
                     meio da abstração e da espiritualização, deixando ao al-
                     cance de todos a condição de nos aproximarmos da na-
                     tureza íntima de Deus e das manifestações de Seus atri-
                     butos como potencialidades íntimas.
                       Dessa forma, podemos concluir que as parábolas en-
                     contram suas raízes mais profundas tanto na cultura e na
                     tradição do povo hebreu quanto nas escrituras bíblicas,
                     aproximando todos – espectadores ou diferentes persona-
                     gens – da verdade, ainda inexplicável em nossa condição
                     evolutiva, por meio de palavras. As parábolas estimulam
                     a abstração, a ilustração e a espiritualização, respeitan-
                     do a liberdade e a condição espiritual individual para
                     um entendimento momentâneo, que tende a expandir-se.
         26            Não podemos deixar de destacar que, dentro da métri-
                     ca e da poesia dos idiomas hebraico e aramaico, as pará-
                     bolas encontram seu território poético original.
                        O Evangelho e as escrituras bíblicas, quando estrutu-
                     radas em forma de parábolas, possuem como objetivo
                     guiar a reflexão do homem ao amor e à providência divi-
                     na permitindo que a vontade de Deus seja compreendida
                     e que Suas leis sejam manifestadas por meio de Sua in-
                     teligência suprema, nas mais diversas situações do dia a
                     dia. Esse processo confere um brilho fugaz e um lapso de
                     entendimento ao ainda inexplicável, mas reminiscente,
                     de alguma forma, por meio das afinidades e reflexos en-
                     tre o mundo em que vivemos e o mundo espiritual.
                       Assim, internalizamos essa compreensão como forma
                     de luz para o Espírito, que se autoilumina na manifesta-
                     ção do aprendizado.





