Page 44 - Palavras para a Alma | Candeia.com
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de nosso mestre Jesus, nada mais justo do que nesse dia
nos dedicarmos àquilo ao qual Ele se dedicava também,
intensamente. Essa seria a mais sincera homenagem a Jesus.
E Chico tinha em si mesmo essa disponibilidade que não
se restringia ao dia 25 de dezembro. Transcrevo aqui um
trecho do livro para mostrar o clima de Natal com Chico:
Finalmente, surge a última visita do roteiro. São quase 3h. É
o lar de conhecida família espírita. Fomos visitar uma jovem
que, paralítica desde muito, se movimenta numa cadeira de
rodas. Ali nos demoramos um pouco mais. Servem biscoi-
tos, bolachas e um delicioso chá de cravo. Conversamos bas-
tante, o Chico responde algumas perguntas. Estamos cansa-
dos, é verdade, mas felizes. O Chico? Pronto para outra. As
3h30m nos levantamos, despedimos da família e trocamos
cumprimentos com o Chico. Ele nos beija a cada um na
face. É hora de repousarmos. Não longe, os galos cantam e
a noite-madrugada é de muita paz. É sempre assim o Natal
de Chico Xavier. Visita os “filhos do calvário”… Enquanto
a cidade dorme, um carro desliza no asfalto, sob a luz das
estrelas. É Chico Xavier, o fiel servo do Senhor, na luta pela
vitória do Evangelho.127
O Natal de Chico segue a orientação de Emmanuel: é
um momento de boa vontade, é um estado da alma em que
abrimos, um pouco, nossas almas. Então, recebemos um
convite nessa noite de Natal: relevar os assuntos afetivos
com os quais ainda estamos ressentidos, endurecidos. E é
relevando que podemos ver o outro lado das coisas. Natal
é um momento de conciliação, de perdão, de entregar um
127. Carlos A. Baccelli. Chico Xavier, à sombra do abacateiro. São
Paulo: IdeaL, 2018. [cap. 33]