Page 36 - Chico Xavier: o Voo da Garça | Candeia.com
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Essa amizade interferiu em minha forma de pensar e
de agir, sobre mim mesmo e sobre o mundo. Tornei-me es-
pírita e passei a estudar os princípios codificados por Allan
Kardec, além das muitas obras psicografadas por Chico Xa-
vier e por outros companheiros de ideal.
Em 21 anos de convivência pude confirmar o que mui-
tas pessoas já diziam: Chico era um ser humano profun-
damente generoso, de hábitos simples, vivendo de sua mo-
desta aposentadoria. Um típico mineiro, que adorava uma
boa prosa e que ficava profundamente constrangido com
elogios.
As razões deste livro começaram a tomar forma em
abril de 1995, quando o jornal Oficina Humana, de circula-
ção restrita na região de Pedro Leopoldo, lançou uma edi-
ção comemorativa dos 85 anos de Chico Xavier. A convite da
diretora do jornal, Núbia Albano Soares, escrevi um artigo
no qual procurei falar um pouco mais sobre a sua huma-
nidade. Dizia no artigo: “Quando se fala em Chico Xavier,
muitas pessoas imaginam um ser distante de nossa reali-
dade. Um mito inabordável a qualquer sentimento humano,
como se ele não fosse de carne e osso.” Em outra passagem,
considerava: “Desmistificar o mito Chico Xavier é reconhe-
cer que como qualquer ser humano ele tem limites e neces-
sidades de carinho, respeito e atenção.”
Como mantínhamos uma regular correspondência, en-
viei para Uberaba alguns exemplares e qual não foi a minha
surpresa ao receber uma carta e um telegrama do próprio
Chico, pedindo que, se fosse possível, lhe enviasse outros
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