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sequência, a recomendação de uma obra literária que
me parecesse interessante e, depois, uma sugestão de
doação para um projeto beneficente, uma organização
filantrópica ou uma pessoa em situação de extrema di-
ficuldade. Também fazia diariamente um breve resumo
dos assuntos do noticiário que julgava ser importantes.
Depois dessa primeira parte, eu respondia às pergun-
tas enviadas pelas pessoas que acessavam a live. Por
quase três anos ininterruptos, todos os dias, durante
60 minutos, o Papo das 9 foi o meu compromisso sa-
grado de todas as manhãs. Ser espírita e compartilhar
com o público valores e princípios da minha crença
nunca resvalaram no proselitismo religioso. Sempre
procurei me pautar pelo respeito à toda crença – e
àqueles desprovidos de qualquer crença –, na certeza
de que o maior objetivo do Papo é acolher, encorajar,
fortalecer o desejo de cada um de ser a melhor versão
de si mesmo.
A resposta do público foi surpreendente e emocio-
nante. Grupos se formaram a partir desses encontros
diários e ganharam vida própria, mobilizando-se em
favor de causas nobres. Durante as lives, sempre que al-
guém manifestava, por meio de mensagem por escrito
no aplicativo, algum desconforto ou pesar por qualquer
motivo, amigos virtuais rapidamente se prontificavam
a dar uma palavra de apoio ou ajuda. Sim, as lives se
desdobravam em duas frentes de solidariedade: o que
era dito por mim e o que acontecia, em paralelo, em
situações como essas. Não é incrível?
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