Page 50 - Palavras para a Alma | Candeia.com
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que temos medo de ficar paralisados, de não conseguir
sair “de baixo da árvore”; temos medo de perder tempo e
oportunidades. Mas é preciso equilíbrio entre a sensação
do que falta realizar e o medo de ficar parado, senão po-
deremos perder a chance de realizar. E é justamente aí que
se dará o nosso crescimento: no equilíbrio entre esses dois
momentos. É preciso não nos deixar arrastar nem pela
ansiedade nem pela paralisia para que possamos, presentes
em nossas vidas, nos nutrir de nossas próprias conquistas.
A perseverança precisa de tempo para poder ser construída,
precisa de presença e atenção, com profundidade, para po-
der tecer nossa sustentação quando vierem os momentos
de mau tempo. Então, nem pressa nem tampouco inércia.
A sugestão que fica é que o ser devedor que sabemos ser
possa ser substituído pelo ser de possibilidades que somos.
Todos os dias se abrem muitas possibilidades de ser e, por-
tanto, muitas oportunidades de realizar projetos em nome
de algo ou de si mesmo. São possíveis muitos caminhos,
mas não todos. Somos finitos nessa reencarnação, e por-
que o tempo de viver aqui se esgota, precisamos escolher
entre esse ou aquele caminho. Todos os caminhos não são
possíveis de serem trilhados por nós. O exercício constante
das decisões é o que nos torna responsáveis e, consequen-
temente, maduros. Então, junto de cada caminho que es-
colhemos vem também a tarefa de sermos o cuidador dos
desdobramentos dele. Paulo de Tarso nos diz que “aquilo
que o homem semear, isso também ceifará”.130 Não há
nessa afirmativa um cunho punitivo, pelo contrário. É um
alerta de que é preciso escolher, com atenção, o nosso des-
tino, pois somos os herdeiros diretos dele. Então, quanto
130. João F. Almeida (trad.). Bíblia sagrada. São Paulo: sbb, 2008.
[Gálatas 6:7]