Page 17 - Palavras para a Alma | Candeia.com
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iquei surpreso quando minha esposa me convidou
para escrever o prefácio de Palavras para a alma. Um
Fprefácio pode ser escrito tanto pelo autor da obra
quanto por outrem. Geralmente é colocado no começo do
livro, com explicações sobre seu conteúdo, seus objetivos
ou a pessoa do autor.
Estudos etimológicos informam que o termo é deriva-
tivo do latim praefatĭo, ōnis, e significa “ação de falar ao
princípio de”. A tradição informa que o autor do prefácio é
sempre uma pessoa conhecedora da temática da obra e de
seu autor e que, geralmente, convida-se uma pessoa próxi-
ma para o cumprimento da tarefa. Então foi aí que entendi
porque fui convidado a escrevê-lo: somos de família espíri-
ta e somos psicoterapeutas clínicos. Estudamos e vivemos
o espiritismo e a psicologia, juntos, há muito tempo.
Entendi também que o prefácio serve de diálogo e de
ponte entre o leitor, o autor e o assunto tratado. E que P
ele é tão importante para uma obra que Pierre Bergé or-
ganizou uma antologia sobre o assunto.1 Bergé se deu ao
trabalho de analisar dezoito prefácios de grandes clássicos
da literatura mundial e fazer deles o tema de um livro, em
que critica e compara tudo quanto compilou. Então, o
prefácio pode ser útil e pode ser também um importante
objeto de estudo.
Como sugestão, o leitor estudioso do espiritismo pode-
rá utilizar-se deste livro em uma leitura individual ou para
leitura dos temas doutrinários, no chamado “Evangelho
no lar”, pois ele possui ricos ensinamentos morais no âm-
bito da vida relacional, com segura conceituação, baseada
em obras respeitáveis do espiritismo.
1. Pierre Bergé. L’art de la préface. Gallimard.