Page 29 - As Mães de Chico Xavier | InterVidas
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LUÍS EDUARDO Chorei feito uma criança durante o espetáculo e senti o po-
der transformador da arte transcendental. Refleti muito e
GIRÃO revi, dali em diante, meus valores e atitudes nesta abençoada
escola chamada Terra.
Ainda impressionado com a peça do paraense Flávio Ser-
Nós chegamos a um momento de muitos ra, já falecido, levei-a para Fortaleza, minha cidade natal.
questionamentos, de muitas dúvidas. A arte Mesmo, na época, sem nenhum conhecimento da indústria
transcendental nos inspira a buscar uma nova trajetória do entretenimento, a iniciativa foi um sucesso: em apenas
de vida. A ter esperança, a acreditar no amor. um final de semana, 4 200 pessoas assistiram ao espetáculo
no tradicional Theatro José de Alencar. Ali, vi as pessoas se
emocionarem muito. Novas ideias vieram à minha cabeça.
Ç ¿Ë ÌÍ ¾¿ -
O vier começou muitos anos antes da série de filmes
AS M ÃES D E CHI CO X AVIER vazio existencial. Dedicado quase exclusivamente ao traba- 28
transcendentais que impulsiona o mercado nacional de ci-
nema. Em 2001 tive síndrome do pânico causado por um
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lho, com foco na acumulação de bens materiais, identifiquei
uma inversão de valores: a família ficava em terceiro lugar
e os amigos, em quarto. Não havia nenhuma preocupação
com a espiritualidade, nem religioso me considerava, apesar
de ter sido batizado e feito primeira comunhão.
Estava nos Estados Unidos e lá entrei em contato com
o livro Many times, many masters (Muitas vidas, muitos mes-
tres), do psiquiatra Brian Weiss, que desenvolveu a linha de
terapia de vidas passadas. Nele percebi um bom senso na
transcendência, uma lógica e coerência na reencarnação. Alex Regis | Tribuna do Norte
Ao retornar ao Brasil, assisti à peça O cândido Chico Xa-
vier, em São Paulo. Era um musical, economicamente des-
pojado, que me tocou profundamente. Foi o meu primeiro
contato com o médium mineiro, que me levou a ler e pesqui-
sar sobre o espiritismo e esse grande humanista brasileiro.