Page 15 - As Mães de Chico Xavier | InterVidas
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oração, porque os chamados mortos são apenas ausentes, e as
                    gotas de teu pranto lhes fustigam a alma como chuva de fel.                                               “
                       Também eles pensam e lutam, sentem e choram.
                       Atravessam a faixa do sepulcro como quem se desvencilha da                    Os chamados mortos são
                    noite, mas, na madrugada do novo dia, inquietam-se pelos que
                    ficaram… Ouvem-lhes os gritos e as súplicas, na onda mental                           apenas ausentes. Eles
                    que rompe a barreira da grande sombra, e tremem cada vez que
                    os laços afetivos da retaguarda se rendem à inconformação ou                      pensam e lutam, sentem
                    se voltam para o suicídio.
                       Lamentam-se quanto aos erros praticados e trabalham, com                     e choram. Em futuro mais
                    afinco, na regeneração que lhes diz respeito.
                       Estimulam-te à prática do bem, partilhando-te as dores e as                      próximo que imaginas,
                    alegrias.
                       Rejubilam-se com as tuas vitórias no mundo interior e con-                          respirarás entre eles.
                    solam-te nas horas amargas para que te não percas no frio do
                    desencanto.                                                                                               ”
                       Tranquiliza, desse modo, os companheiros que demandam
                    o além, suportando corajosamente a despedida temporária, e
                    honra-lhes a memória, abraçando com nobreza os deveres que
                    te legaram.
                       Recorda que, em futuro mais próximo que imaginas, respi-
                    rarás entre eles, comungando-lhes as necessidades e os proble-
                    mas, porquanto terminarás também a própria viagem no mar
                    das provas redentoras.
                       E, vencendo para sempre o terror da morte, não nos será
                    lícito esquecer que Jesus, o nosso divino mestre e herói do tú-
                    mulo vazio, nasceu em noite escura, viveu entre os infortúnios
                    da Terra e expirou na cruz, em tarde pardacenta, sobre o monte
                    empedrado, mas ressuscitou aos cânticos da manhã, no fulgor
                                                                                                       Religião dos Espíritos: estudos e dissertações em torno da substância
                    de um jardim.
                                                                                                     religiosa de O livro dos Espíritos, de Allan Kardec. Francisco Cândido Xavier,
                                                                                                                         a
                                                                                                        Espírito Emmanuel. 21.  ed. FEB, Rio de Janeiro, 2010 [pp. 221–224].
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