Page 42 - Homossexualidade sob a Ótica do Espírito Imortal | Candeia.com
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e desejos sexuais. Há poucos estudos científicos sobre o as-
                     sunto. Estima-se  que 1 % da população britânica seja assexual.
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                        A ausência ou diminuição de desejo sexual pode se apresen-
                     tar no contexto de doenças orgânicas ou psíquicas, como o hi-
                     potireoidismo ou a depressão, respectivamente. No entanto, há
                     aqueles que advogam que a assexualidade seja uma orientação
                     sexual e que indivíduos fisicamente saudáveis e psiquicamente
                     adaptados podem se apresentar sem o desejo ou a necessidade
                     de vida sexual. Trata-se de ponto controverso para a ciência.
                         Para a psiquiatria, nas definições recentes do Manual
                     Diagnóstico e Estatístico de Desordens Mentais (dsm v) e do Có-
                     digo Internacional de Doenças (cid-10), a assexualidade é carac-
                     terizada como “transtorno de desejo sexual hipoativo”, no código
                     F52.0 – 302.71. Isso porque se considera que um nível mínimo de
                     desejo sexual deva estar presente em um indivíduo para que seja
                     considerado saudável.
                         É interessante observar que, no movimento espírita (nos
                     meios religiosos, em geral), por vezes se ouve alguma referência
                     a esta ou àquela pessoa como assexuada, devido à ausência de
                     prática sexual ou parceria afetiva em função da religiosidade, ta-
                     refa espiritual ou opção de vida, sem que se considere a exatidão
                     científica do termo ou da referência, levando-se a interpretações
                     falsas ou equivocadas. Estes seriam indivíduos provavelmente
                     classificados como sexuados, em processo de sublimação da
                     energia sexual, o que veremos nos capítulos seguintes, e não ne-
                     cessariamente assexuados (o que seria uma condição patológica
                     na definição psiquiátrica atual).



                     5.  A.F. Bogaert, “Asexuality: prevalence and associated factors in a national
                         probability sample”. Journal of Sex Research, 2004; 41, 279–287.





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