Page 22 - Construtores de Asas | Candeia.com
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C erta noite, tive um sonho.
Sonhei que estava em frente a uma escola, e as cenas
que se desenrolaram diante dos meus olhos despertaram
no meu coração grande curiosidade.
Nessa escola havia duas portas; placas indicavam que
uma era de entrada e a outra era de saída.
As crianças chegavam pequenas ao ensino básico, en-
travam na escola com apenas uma asa – que traziam do
lar –, e, depois de permanecerem por algum tempo, saíam
adolescentes. Algo me impressionou: todos os alunos
saíam com duas asas nas costas.
De imediato, ao saírem de lá, alguns já batiam suas
asas e alçavam voos fascinantes e vigorosos. Já outros
se debatiam na tentativa de voar, e eu percebia que uma
das asas de cada um desses jovens era diferente: mirra-
da, pequena, por isso seus voos não atingiam grandes al-
turas. Assim, logo voltavam a pousar no chão. Tinham
o semblante um tanto triste pela dificuldade de alcançar
maiores altitudes.
Senti, em meu coração, a curiosidade aumentar. De-
sejava saber o que acontecia dentro daquele lugar. Então,
decidi espionar e me aproximei das janelas.
Oh! Que surpresa!
Foi emocionante o que meus olhos contemplaram: ao
entrar, as crianças eram encaminhadas para salas em que
professores estavam à sua espera. Todas elas usavam um
estranho uniforme em que se lia:
construtores de asas